Vou com Jesus. Mas prefiro voltar sozinho.

Outro dia estava levando minha senhora ao aeroporto aqui de Brasília quando ouço uma gritaria infernal do meu lado. Era um ônibus escolar, repleto de crianças. Talvez indo para um excursão ou coisa que o valha.

O ônibus passou, olhei e não resisti. Tive que fotografar.

Ônibus escolar com mensagem do inferno

Não entendeu a pegadinha? Aí está:

Vou com Jesus se não voltar estarei com ele
“Vou com Jesus. Se não voltar, estarei com ele”.

Isso é sacanagem? Ou será o bonde do terror, das almas perdidas, um passeio sem volta ao juízo final? Talvez por isso eu mesmo tenha passado a levar minhas filhas à escola. Assim tenho a certeza de que voltam para casa.

Os cristãos novos e a figura do abafador

Meu avô era um cara cheio de histórias. Muito culto, na infância foi seminarista em Minas Gerais e rezava até em latim. Fugiu, atrás de vários rabos-de-saia. Foi gerente de cassino na época em que era permitido aqui no Brasil, e apertou a mão de muitos políticos. Já velho, não parou: virou escritor e historiador. Daí que não me cansava de ouvir sobre as centenas de “causos” da velha Minas Gerais. Hoje ele já não está mais por aqui, mas as histórias não morrem.

Funeral Judeu e Cristão

Ele me contou certa vez que os Reis D. Manoel de Portugal e D. Fernando da Espanha fizeram um conchavo no século XVI e combinaram expulsar os judeus que moravam em seus respectivos países, só permitindo a permanência daqueles que renunciassem sua religião e se convertessem ao cristianismo. Alguns não se submeteram e foram embora, outros porém, resolveram permanecer, fingindo se terem se convertido. E ficaram assim conhecidos como os cristãos novos.

No decorrer do ano de 1700, muitos destes cristãos novos imigraram para o Brasil e se estabeleceram basicamente na província de Minas Gerais à procura de melhor futuro e à cata do ouro. Eram negociantes, militares, advogados, médicos e trabalhadores do campo.

O historiador Augusto de Lima Jr., em seu Livro “Capitania de Minas Gerais“, descreve uma passagem na vida daqueles cristãos novos na zona do Carmo (hoje o município de Mariana) onde se localiza a sinistra figura do abafador:

“Quando um judeu disfarçado, ou seja, marrano, estava para morrer, a fim de evitar que no momento ele se revelasse adepto da lei de Moisés, comprometendo os demais, era logo chamado o abafador, isto é, um sujeito que tinha por missão estrangular habilmente o doente. Chamado o abafador, ele afastava do quarto do doente as pessoas da família, encostava a porta e começava a sinistra operação: punha o crucifixo nas mãos do doente, passava os braços pelas costas e aplicava o joelho contra o tórax do que devia de despachar para a santa glória. À medida que ia aumentando a compressão contra o peito do moribundo, asfixiando-o, ia dizendo, em voz alta, para ser ouvido de fora:

“Vamos, meu filho. Nosso Senhor está te esperando”.

Quando o paciente exalava o último suspiro, o abafador compunha o corpo, chamava as pessoas da família e lhes comunicava que o fulano havia morrido como um passarinho, suavemente. Começavam então as mulheres a gritar e a soluçar, dizendo das boas qualidades do morto. Eram judaicas carpideiras que dramatizavam com seus gritos e exageros, cenas de funerais, em Minas, em outros tempos, para não parecerem indiferente à morte do ente querido”

Axé católico. Juventude no beleléu.

Eu pensei que já havia visto de tudo nessa vida que levo sem Jesus no coração. Mas não há limites para a pregação divina, seja de católicos, evangélicos, carismáticos, ou o diabo a quatro.

Dá para levar a sério aberrações como o que aparece no vídeo aí debaixo?


Vídeo: Jake canta “Pó pará com pó”.

Não dá. Não casa. Me irrita. Não é só pela música, nem tampouco pela temática religiosa. É o conjunto da coisa. É MUITO esquisito.

Dizem até que é um recado para o Fábio Assunção. Quem sabe?

Céu de Jesus Cristo ou créu de Satanás

E não é que a dança do Créu foi parar lá com os irmãos e irmãs de Cristo? Com todos os erros de português que não podem faltar em qualquer ladainha evangélica.

Então, assista o vídeo da dança do Créu evangélica. Até porque “Se você não for pro céu, Satanás… créu!”.

Seilá… tenho a impressão que esse post devia ter sido escrito pelo Cardoso.

Via Fudeu.

Páscoa: Cristo, ovos de chocolate e uma boa vontade do cacete!

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Um ovo, dois ovos, três ovos… pra mim!

Esse negócio de Páscoa é uma merda. Nunca entendi direito essa coisa de ovo de chocolate com ressurreição de Cristo. Quer dizer que o cara morre, ressuscita, e a gente comemora distribuindo ovos de chocolate que vêm do rabo de um coelho? É coisa de maluco, não é?

Estava conversando com um amigo meu sobre esse assunto. No que o malandro me relata uma conversa que teve com o filho, tentando entender essa coisa de Páscoa, morte, Jesus Cristo, Judas e chocolate.

– Pai, o que é a Páscoa?
– Ora, Páscoa é… bem… é uma festa religiosa!
– Igual ao Natal?
– É parecido. Só que no Natal comemora-se o nascimento de Jesus, e na Páscoa, se não me engano, comemora-se a sua ressurreição.
– Ressurreição?
– É, ressurreição. Maria, vem cá!
– Sim?
– Explica a esta criança o que é ressurreição para eu poder ler o meu jornal descansado.
– Bom, meu filho, ressurreição é tornar a viver após ter morrido. Foi o que aconteceu com Jesus, três dias depois de ter sido crucificado. Ele ressuscitou e subiu aos céus. Entendido?
– Mais ou menos… … Mãe, Jesus era um coelho?
– Que é isso menino? Não me diga uma coisa destas! Coelho! Jesus Cristo é o Pai do Céu! Nem parece que este menino foi baptizado! Jorge,este menino não pode crescer assim, sem ir à missa pelo menos aos domingos. Até parece que não lhe demos uma educação cristã! Já pensaste se ele diz uma asneira destas na escola? Deus me perdoe! Amanhã vou matricular esta criança na catequese!
– Mãe, mas o Pai do Céu não é Deus?
– É filho, Jesus e Deus são a mesma coisa. Vai estudar isso na catequese. É a Trindade. Deus é Pai, Filho e Espírito Santo.
– O Espírito Santo também é Deus?
– É sim.
– E Fátima?
– Sacrilégio!
– É por isso que no mapa fica o Espírito Santo?
– Não é o Estado Espírito Santo que fica no mapa, meu filho. É o Espírito Santo de Deus. É uma coisa muito complicada, nem a mãe entende muito bem, para falar a verdade nem ninguém, nem quem inventou esta asneira a compreende. Mas se perguntar à catequista ela explica muito bem!
– Bom, se Jesus não é um coelho, quem é o coelho da Páscoa?
– (gritando) Eu sei lá! É uma tradição. É igual ao Papai Noel, só que em vez de presentes, ele traz ovinhos.
– O coelho põe ovos?
– Chega! Deixa-me ir fazer o almoço que eu não aguento mais!
– Pai, não era melhor que fosse galinha da Páscoa?
– Era, era melhor, ou então peru.
– Pai, Jesus nasceu no dia 25 de Dezembro, não é? Que dia que ele morreu?
– Isso eu sei: na sexta-feira santa.
– Que dia e que mês?
– Sabe que eu nunca pensei nisso? Eu só aprendi que ele morreu na sexta-feira santa e ressuscitou três dias depois, no sábado de aleluia.
– Um dia depois portanto!
– (gritando) Não, filho – três dias!
– Então morreu na quarta-feira.
– Não! Morreu na sexta-feira santa… ou terá sido na quarta-feira de cinzas? Ah, moleque, já me confundiste! Morreu na sexta-feira e ressuscitou no sábado, três dias depois!
– Como!? Como!?
– Pergunte à sua professora da catequese!
– Pai, então por que amarraram um monte de bonecos de pano na rua?
– É que hoje é sábado de aleluia, e aqui no bairro vão fingir bater em Judas. Judas foi o apóstolo que traiu Jesus.
– O Judas traiu Jesus no sábado?
– Claro que não! Se ele morreu na sexta!!!
– Então por que eles não lhe batem no dia certo?
– É, boa pergunta.
– Pai, qual era o sobrenome de Jesus?
– Cristo. Jesus Cristo.
– Só?
– Que eu saiba sim, por quê?
– Não sei não, mas tenho um palpite de que o nome dele tinha no apelido Coelho. Só assim esta coisa do coelho da Páscoa faz sentido, não acha?
– Coitada!
– Coitada de quem?
– Da tua professora de catequese!!!

Só me resta desejar a todos um boa Páscoa. Com ou sem chocolate, e uma boa surra em Judas (se é que me entendem)!

Jesus Cristo é o Senhor!

Para aqueles que perderam a fé pelas maldades da vida, para os irmãos que estão sendo tentados pelo diabo, apresento-lhes a prova final de que o Jesus Cristo é o Nosso Senhor!

Assista o vídeo (**) do pastor Ricardo Araújo.

 

Amém!

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** este é o Gato Fedorento, um grupo humorístico lá de Portugal. Prometo que ainda vou escrever sobre estes caras. São muito bons. Para quem está acostumado com o português luso, é diversão pura.